A perspicácia, ou o chamado tirocínio, de uma equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande salvou uma mulher que vinha sendo agredida pelo ex-companheiro por três dias e que poderia ter tido um fim trágico. Na tarde de segunda-feira (17), os guardas passaram pelo veículo em que a mulher estava com o acusado e notaram algo estranho, decidindo fazer a abordagem.
A equipe trafegava pela Via Expressa Sul, no Bairro Aviação, quando passou por um veículo e notou a passageira chorando e demonstrando bastante nervosismo e medo. Suspeitando de que algo estivesse acontecendo, os guardas decidiram então fazer a abordagem.
Conforme relatado pelos guardas, assim que o carro parou na marginal da rodovia, a moça desceu do veículo e correu em direção à equipe. Foi realizada busca pessoal no motorista e no veículo e nada de ilícito foi encontrado.
A mulher informou que ela e o homem moram em São Paulo e já tiveram um relacionamento, estavam separados há algum tempo, mas na última sexta-feira (14) ela aceitou o convite do ex-companheiro para vir para a praia, na tentativa de reatarem.
Porém, ela acabou sendo mantida em cárcere privado, em um apartamento alugado pelo acusado, sofrendo agressões físicas, psicológicas e sexuais. Ele só teria tirado a vítima do apartamento por medo de os vizinhos desconfiarem do que estava acontecendo. Ele ainda a ameaçou mais uma vez dizendo que a mataria. “Por sorte, conseguimos perceber a situação no carro e evitar um mal maior”, informou o inspetor Freitas, da Guarda Civil Municipal.
A ocorrência foi encaminhada para a Central de Polícia Judiciária (CPJ), onde o delegado autuou o homem em flagrante por estupro, cárcere privado e lesão corporal. A vítima recebeu atendimento da equipe Guardiã Maria da Penha, que é o grupamento especializado da GCM no atendimento a vítimas de violência doméstica.
O Projeto Guardiã Maria da Penha é realizado em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo e tem como objetivo garantir o cumprimento de medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência doméstica. Atualmente, 12 guardas fazem parte das equipes e são preparados para um atendimento diferenciado e humanizado a essas vítimas. Mais de 20 prisões foram realizadas por intermédio do programa.
